Karibu Kenya!

Após algumas boas horas de voo, transtornos e tensões, finalmente chegamos em Nairobi, capital do Quênia. Estávamos tão felizes que o fato de nossas malas terem sido extraviadas não parecia um grande problema, simplesmente internalizamos o famoso Hakuna Matata, que em swahili, a língua local, significa “não se preocupe”.

Moramos numa casa com 10 pessoas (alguns da Argentina, Brasil, Paquistão, Austrália, Costa do Marfim, China e Alemanha) em um bairro chamado Madaraka. O apartamento tem 3 quartos, 1 banheiro com 2 box, sala e cozinha.
As aulas na Upendo Rescue Centre, a escola que eu e mais 3 brasileiras vamos trabalhar, vão começar só em 3 de janeiro. Mas até lá vamos organizar tudo, pintar os quadros, arrumar as cadeiras e todas essas coisas, e fazer reuniões do Kuleana (o programa que participamos e que visa o desenvolvimento das comunidades no Quênia).

Ontem (meu segundo dia em Nairobi), fomos para uma conferência da Aiesec, e aí que começou a aventura. Foi a primeira vez que peguei um matatu, e isso merece uma breve descrição:

Matatus são como as típicas vans/peruas/lotações das grandes cidades brasileiras, porém com alguns detalhes a mais. Os matatus são bem coloridos, cada um de um jeito, e dentro toca uma música super alta (com o reportório variando do hip-hop ao gospel e que te impede de tirar aquela soneca durante o trajeto), alguns tem até televisão com clipes das músicas, e à noite eles acendem luz negra, ou seja, vira praticamente uma balada. O cheiro dentro do matatu também é um tanto quanto peculiar, mas isso não vem ao caso. O preço varia de 20 a 40 shillings, e o esquema é negociar, mas o simples fato de sermos muzungus (homem branco em swahili) faz com que o preço suba instantaneamente.  Ah, e se você reclama do trânsito de Florianópolis ou até mesmo de São Paulo, meu amigo, venha pra Nairobi! Aqui praticamente não há farol de trânsito, é matatu subindo pela calçada, tuc-tuc  e gente pra todos os lados.

Depois de algumas horas no matatu (no caminho avistamos zebras e girafas) chegamos em Navaisha, a cidade onde foi a conferência. Ficamos num camping – sim, agora posso dizer que acampei em plena África – muito legal! Na conferência estavam todos os trainees e o pessoal da Aiesec e todos nos receberam muito bem. À noite comemos em um restaurante lá perto, e foi a primeira vez que provei o tão famoso ugali! Ugali é uma massa feita com água e farinha que se come (com as mãos, claro) junto com carne e vegetais. Juro que gostei, e ainda contamos com a presença de uns “ratinhos”... mas como eu disse anteriormente, Hakuna matata!

Depois do jantar fomos à uma festa dentro do camping, com música e dança queniana. As músicas são muito animadas e a maneira que eles dançam é muito legal. Resultado: viramos a atração da festa e todos queriam nos ensinar a dançar e tirar fotos com os muzungus. Na volta pras nossas barracas, tivemos a companhia de um ilustre hipopótamo e, claro, dentro das barracas muitos mosquitos.

Hoje, depois do almoço (arroz, repolho e carne) enquanto estávamos esperando o matatu para voltarmos para Nairobi, várias crianças ficaram à nossa volta. Eles sorriam simplesmente por bater em nossas mãos, e mais ainda quanto fazíamos embaixadinha com a bola que eles tinham.

Pegamos 3 matatus até chegar em casa, e em um deles tirei fotos de 3 crianças que estavam do meu lado e elas ficaram extremamente  felizes quando se viram na câmera. As crianças daqui são muito fofas, dá vontade de esmagar e levar pra casa (calma mãe, prometo que vou me conter!). 

Chegamos no centro à noite, que tava pior que 25 de março em véspera de natal, compramos comida, e agora estamos em casa... e o melhor de tudo, ligaram do aeroporto dizendo que nossas malas chegaram... é, valeu à pena confiar no Hakuna Matata!

Asante sana Kenya!